segunda-feira, 27 de julho de 2009

A importância da castração em pequenos animais

O termo castração se refere a uma ovário-histerectomia (remoção cirúrgica dos ovários e do útero) ou uma orquiectomia (remoção cirúrgica dos testículos).

A cirurgia reprodutiva engloba várias técnicas projetadas para alterar a capacidade do animal de se reproduzir, auxiliar o parto (cesárea) e/ou tratar ou evitar doenças dos órgãos reprodutivos.

A indicação principal para cirurgias do trato reprodutivo é limitar a reprodução, mas elas também podem ser realizadas para aliviar um parto complicado (por exemplo em raças como Bulldogues, Pug, Pinsher... e etc), também para evitar e tratar câncer mamário influenciados por hormônios reprodutivos, ajudar a controlar determinadas doenças do trato reprodutivo (ex: Piometra – Infecção do útero) e também exerce influencias positivas sobre outras doenças como diabetes, epilepsia e algumas doenças dermatológicas hormonais. Em alguns animais, realiza-se castração para evitar ou alterar anormalidades de comportamento como agressividade, micção para marcar território, agitação e em alguns gatos para diminuir a vida de “boemia noturna”.

CASTRAÇÃO X CÂNCER DE MAMA:

O câncer de mama é a neoplasia mais comum em cadelas. Em razão da elevada incidência dos tumores mamários em fêmeas da espécie canina, seu estudo vem crescendo em relação a outras doenças. Cada vez mais, os proprietários exigem que seus animais de estimação tenham atenção semelhante àquela prestada aos doentes humanos.

Essas neoplasias acometem com maior freqüência fêmeas com 7 a 12 anos de idade. Antes e depois deste período os tumores são menos freqüentes.

As raças mais acometidas são os Poodles, os Pastores Alemães e os Cocker Spaniels, além dos animais sem raça definida. Entre as causas que contribuem para o desenvolvimento tumoral são citados vários fatores. Hormônios como o estrógeno, a progesterona e o hormônio de crescimento influenciam no desenvolvimento do câncer.

Por isso, considerando que os hormônios exercem grande influencia no desenvolvimento do câncer de mama, existe uma grande diferença quanto ao índice do risco em cadelas castradas e não castradas, dependendo ainda da fase em que a intervenção cirúrgica é efetuada. A Castração realizada antes do primeiro cio da vida da cadela, reduz o risco de desenvolvimento de câncer de mama para 0,05%, sendo que esse risco aumenta significativamente nas cadelas castradas após o primeiro cio (8%) e o segundo cio (26%). A Castração tardia, não reduz o risco de desenvolvimento de tumores malignos, embora o risco de tumores benignos pareça reduzir com a castração mesmo em idade avançada.

CONCLUSÃO:

Tendo as devidas informações ditas acima, com certeza a castração precoce (antes do 1º cio) é o método mais eficiente contra a proliferação canina no mundo, uma atitude moderna que além de diminuir a população de cães desabrigados e mal tratados, tem o grande benefício de diminuir a chance de câncer de mama em fêmeas caninas e felinas.

Desaconselho totalmente o uso de contraceptivos nas espécies canina e felina, ou seja, “injeção para não ter cio”, pois podem causar um grande transtorno para as fêmeas. Infelizmente as pessoas que concordam com este procedimento, estão dando um futuro incerto para esses animais que com certeza desenvolverão câncer de mama e/ou outras doenças inerentes ao trato reprodutivo.

Procure o seu médico veterinário de confiança e tire suas dúvidas sobre este assunto de tão grande importância para a saúde de seu animalzinho de estimação que nós tanto amamos. Um grande abraço a todos os colegas, proprietários, colaboradores e organizadores deste site.

Vila Velha-ES, 19 de Julho de 2009 / M.V. Márcio de Queiroz Arantes CRMV-ES 650

Clínica médica e Cirúrgica

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