De acordo com o CFMV (Conselho Federal de Medicina Veterinária), o Brasil possui cerca de 59 mil veterinários, dos quais 44 mil estão atuando na área, principalmente na região Sudeste (46% ). A cada ano são formados 2.400 profissionais na área, saídos de uma das cerca de 140 instituições que oferecem esta possibilidade no País - um terço delas no Estado de São Paulo.
Para trabalhar nas várias áreas de atuação que passam por clínicas, indústrias de ração, medicamentos e defensivos animais, biotecnologia, reprodução animal, prevenção e saúde pública, pesquisas e outras, o médico veterinário precisa estar inscrito no CFM (Conselho Federal de Medicina).
A profissão está regulamentada desde outubro de 1968 pela Lei 5.517 e, segundo norma federal, possui piso nacional de seis salários-mínimos por jornada de seis horas. O trabalho se expande em diversas funções, mas as atividades rotineiras de um veterinário são consultas, cirurgias, vacinações, castrações e em alguns casos, eutanásia.
Independentemente de quanto se espera ganhar com a carreira, a profissão também desperta encanto pela proximidade com o mundo animal. A doutora Fabiana Toneto Paniagua conta que a decisão de se tornar médica veterinária já nasceu com ela e que com muita perseverança conseguiu se formar em 1996. Ela dá a receita para um ótimo começo em busca de emprego: "É preciso ir atrás. Durante minha graduação, aproveitava as férias para trabalhar em empresas de ração, medicamentos veterinários, melhoramento genético de bovinos", destaca ao comentar que foi com a ajuda da família que conseguiu abrir clínica própria.
Atualmente Fabiana exerce o cargo de chefe de divisão de veterinária e controle de zoonoses da Prefeitura de São Bernardo, onde foi aprovada como agente de controle de zoonoses e atuou na Vigilância Sanitária durante nove anos.
O caminho não foi muito diferente para a também médica veterinária Melissa Vautier, do departamento de zoonoses de São Caetano, para quem a vontade de ser veterinária existia desde criança: "Logo ao chegar ao Ensino Médio decidi pela área biológica e cursei Patologia Clínica. Depois de concluído este curso ingressei na faculdade, onde me formei em 1994. Ela conta como foi o início de carreira: "Meu primeiro estágio foi voltado para clínica de pequenos animais e na área empresarial de uma empresa de rações, mas, tudo depende da área que você quer seguir".
Mauro Figueiredo dos Santos, que esta cursando o último ano de Veterinária, também fala das razões que o levaram a escolher o curso: "Cresci pensando em ser médico veterinário; sempre gostei de animais e sempre demonstrei interesse pela área, mas a escolha veio em definitivo quando eu tinha 14 anos e tinha em casa um casal de cachorros da raça pastor alemão.
A fêmea estava esperando filhotes e na hora de nascer ela teve problema e um dos filhotes estava com dificuldades para nascer e eu através de orientações por telefone de um veterinário consegui realizar o parto", destaca Mauro que espera trabalhar em órgãos públicos, como Centro de Controle de Zoonoses ou na Vigilância Sanitária e, quem sabe, no futuro, abrir uma empresa de consultoria de alimentos. O estudante já estagiou em clínicas veterinárias e no Centro de Controle de Zoonoses de São Caetano, mas, decidiu-se pela área de alimentos.
Fabiana Toneto Paniagua realça a importância do aprendizado para acumular conhecimento na vida do futuro médico veterinário e dá algumas dicas que considera importantes para os novatos: "Façam cursos rápidos de diversos assuntos; não esperem o emprego cair do céu e não desistam nunca do sonho de ser um médico veterinário, pois não há sensação melhor que olhar nos olhos de um animal que estava em sofrimento por qualquer agravo, doença ou condição e ver sua gratidão, após um tratamento, uma melhora", diz.
*A aluna , do 2º ano, foi orientada pelo professor Flávio Falciano do curso de Jornalismo.